terça-feira, 21 de junho de 2022

Primeira Temporada: O Cenário

Na última sexta-feira, começamos nossa primeira temporada de AD&D. No entanto, cabe explicar um pouco o que se passou na última campanha e o como será nosso cenário para os módulos clássicos.


Os Reinos Esquecidos em 1382
Para fazer a transição de D&D 5e para AD&D 1e, realizei duas decisões simples. Primeiro, a nova campanha se passa em uma versão alternativa de Faerun (o que explica a diferença de níveis de poder, magias, classes e raças). Segundo, dez anos se passaram no mundo de jogo, de modo que nossos aventureiros estão vivendo os efeitos que a Guerra Dracônica deixou no cenário (o que explica um mundo mais "sombrio", mais cruel e pobre do que os Forgotten Realms pós 3ª edição).

É importante frisar que nossa mesa não segue a história oficial de Forgotten Realms, pelo menos não depois do ano 1368, ano do cenário na segunda edição de AD&D. Dali para diante, seguimos nossa própria linha do tempo, embora alguns eventos sejam semelhantes e ou iguais.

Assim, nossa versão de Tyranny of Dragons ocorreu de 1370 a 1372, mais de cem anos antes do que a versão oficial. Os ataques do Culto do Dragão começaram em 1370, a chamada Guerra Dracônica começou em 1371 e a queda de Tiamat ocorreu no ano seguinte, 1372.

A Guerra Dracônica causou uma série de mudanças em Faerûn. A primeira delas foi um êxodo rural sem precedentes. A maioria dos ataques do Culto do Dragão tinha como alvo pequenas propriedades e vilas. Com medo, essas pessoas mudaram-se para cidades maiores. Os centros urbanos tornaram-se aglomerações de pessoas e, obviamente, não havia trabalho para todos. Some-se a isso o baixo saneamento e temos epidemias e surtos de enfermidades pipocando por todo o lado. Com menos pessoas nos campos, a escassez de alimentos trouxe a sombra da fome de volta ao mundo depois de centenas de anos de prosperidade.
Uma típica cidade cormyriana em 1382
A segunda mudança foi a segurança. Milhares de soldados perderam a vida na batalha final contra os cultistas, os dragões cromáticos e a própria Tiamat. Depois, com o aumento populacional das cidades, as tropas precisaram focar em defender esses territórios. Pouco a pouco, as patrulhas que mantinham as estradas mais seguras foram minguando. Ao mesmo tempo, o desemprego e a fome levaram várias pessoas ao mundo do crime.

As duas mudanças acima ocasionaram a terceira e derradeira mudança: a quebra da economia. Com estradas menos seguras, as caravanas praticamente deixaram de circular. Sem pessoas com condições de comprar itens diversos, uma vez que a comida tornou-se muito cara, os comerciantes trocaram suas mercadorias mais exóticas pelas mais práticas e baratas. Menos viajantes nas estradas também levou a uma demora no envio e recebimento de informações.

Em resumo, Faerûn está muito mais parecida com o que era há séculos atrás.

Cormyr
Escolhi o reino de Cormyr devido à proximidade com os elementos que necessitaremos para rolar os módulos clássicos. Como queremos começar com os módulos de D&D BX, eu precisava de um local que possuísse pântanos, montanhas, desertos, um reino próspero, uma "organização secreta maligna", etc, etc. O vale do rio Tun, ao oeste de Cormyr foi a escolha perfeita.

Além disso, Cormyr foi um dos locais mais afetados pela presença de Tiamat. Em nossa versão do cenário, Nalavarauthatoryl, a dragoa vermelha com quem Azoun IV batalhou até a morte, era uma figura central do Culto do Dragão e a Guerra Goblinoide nada mais foi do que um ataque do Culto contra o reino de Cormyr. Com a morte do rei, em 1371, o reino passou para as mãos de sua filha, a princesa regente Alusair, até que seu neto, Rhigaerd (não vamos chamá-lo de Azoun para não criar confusão), possa subir ao trono.

Hoje, 10 anos depois da morte do rei, Alusair ainda é a regente. Seu sobrinho está com dez anos e só pode assumir o trono quando fizer 14 anos. A Princesa Regente governa com mão de ferro, auxiliada por sua mãe, a Rainha Filfaeril; pelo Mago Real Vangerdahast e os Magos de Guerra de Cormyr, mas as intrigas de famílias nobres que desejam subir ao trono a consomem. Some-se a isso a constante ameaça de invasão por parte de Sembia e Portão Ocidental e temos um governo sem tempo para lidar com os assuntos interioranos.

O Marco Ocidental
Como dito acima, eu precisava de um local próximo a vários pontos geográficos presentes nos módulos clássicos. E, claro, precisava de um "forte em uma zona fronteiriça", o nosso "Keep on the Borderlands". Olhando o mapa de Cormyr, o forte Aris me pareceu o local perfeito.
Forte Aris, nosso "Keep on the Borderlands"
Localizado entre os Picos da Tempestade e as Montanhas do Crepúsculo, o vale do rio Tun é um local ameaçado por tribos humanoides e coberto por pântanos pestilentos, com pouco a oferecer ao povo cormyriano. Mesmo assim, em 1369, o Ano da Manopla, o Rei Azoun IV nomeou Bertram Skatterhawk como Barão do Marco Ocidental, declarando a região ao norte do Pântano do Mar Distante como território cormyriano.

Para muitos, a nomeação teve cunho inteiramente político, uma vez que os boatos de que Bertram seja um filho bastardo do rei tinham ganhado força, especialmente quando o jovem atingiu a idade adulta e suas feições trouxeram a imagem esculpida de Azoun. Além disso, Bertram supostamente estaria tendo um caso com a princesa Alusair, sua possível meia-irmã.

O agora Comendador Bertram Skatterhawk mantém-se fiel à coroa e prossegue comandando o Marco Ocidental, apesar dos poucos recursos, tanto materiais quanto humanos, que tem recebido. Ele sabe do momento delicado que o reino vive e fará o possível para que sua região sobreviva e prospere. Ele tem contado com a ajuda de aventureiros que vêm à região em busca das ruínas de antigos reinos e impérios élficos. São eles que movimentam a economia local e, muitas vezes, protegem a população, evitando baixas no já enfraquecido exército da fronteira.

Boatos dizem que Bertram planeja coroar-se rei do Marco Ocidental, declarando sua independência de Cormyr e o surgimento do Reino de Aris. Os que o conhecem de perto sabem que isso não é verdade e que se Bertram tivesse tal sede de poder ele não hesitaria em clamar para si o próprio trono de Cormyr. Todos já sabem que o sangue (e, segundo alguns, o espírito) de Azoun IV corre em suas veias.
Comendador Bertram Skatterhawk
Então, rapeize, por hoje era isso. Ainda estou elaborando um post para explicar o porquê de os personagens estarem indo para o Marco Ocidental. Creio que até quinta ou sexta ele sai aqui no blog.

Um abraço e bons dados a todos!

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